O universo se esvai,
mas a matéria ao meu redor continua intacta.
Discursar não ameniza o incômodo
ou afasta as possibilidades de um infarto.
Aquilo que só um imenso palavrão comunica
está preso em alguma veia pulsante do meu corpo.
Não abram a porta para as visitas,
não me interessam os convites,
nem o próximo final de semana.
Não atendam esse telefone!
Desliguem tudo ao meu redor!
Desligue o mundo, Raimundo!
Onde as máquinas nos levam não há nada...
Ah, se pudesse misturar pó de canarinho doido
com asa de anjo torto e baba de rosa perfumada...
Teria uma porção mágica e congelaria o tempo!
E com os ponteiros do mundo parado...
Eu poderia tudo!
Teria até tempo de...
Ser... feliz...
Não chamem o veterinário,
não preciso dele aqui!
Preciso de doces, doces, doces!
Amigos doces,
desejos doces,
respostas doces,
viagens doces,
notícias doces...
Para ouvir depois de ler: Retrovisor de Fagner.
| 2011 |
Gostei do texto, querida!
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