– Ele não chora, pelo menos não na minha frente. Uma vez Alexander ficou com os olhos lacrimejando e vermelhos. Parece que foi quando ele me perguntou sobre um número confidencial ligando no meu celular. Eu chorei um pouco hoje de manhã na sua frente. Lágrimas que verti com gosto. Com toda certeza vale a pena a dor pelo significado. Ruim é quando você sofre por algo de negativo. A validade da nossa história foi curtíssima. Por que tem que ser assim? Por que as histórias felizes têm que ter prazo? Não era para ter. Por que uma história que não era para dar certo se perpetua por tanto tempo? Ou talvez a pergunta fosse “para quê”. Essa ausência de respostas machuca. E outra, acho que já estava mesmo na hora da gente se separar. Antes que as coisas se complicassem mais... A gente não ia aguentar muito tempo esse pit bull fungando em nosso cangote. Se não tivesse pressão do lado de lá, a gente ia continuar nessa putaria, nesse chove não molha. Eu não aguentaria muito tempo desse jeito, eu ia querer atenção, mais espaço e ele não poderia me dar. Você pode me passar a toalha, por favor? Tá aí do teu lado direito! Antes que a coisa se complique de verdade, é melhor que a querida Mãe Petrobras resolva tudo por nós. Dentro do possível foi uma história maravilhosa. Alexander se sentiu com duas esposas. Foi o namoro mais significativo que já tive. Sabe quando você tem uma pequena intuição? Não que seja um salva-vidas. Algo me diz que o ponto final ainda não é esse. Ainda existe um parágrafo a mais. Eu espero que a próxima tentativa seja no alvo. Uma alegria com lágrimas mais doces do que as que derramei antes. Eu não quero mais ficar sofrendo... Ainda haverá uma próxima rodada, nem que seja muito rápida.

– Coisa que eu também acho muito difícil, sinceramente! Agora as chances são mais reduzidas ainda. Ou mais uma vez, você vai achar que Alexander vai deixar Levi para ficar contigo, Thiago?
– Não é com isso que eu conto... Marcelão, você não entende nada!
| 2008 |
Esse conto nasceu ouvindo minhas amigas solteiras revoltadas com o espaço dos heterossexuais ser cada vez menor em nossos dias. Comecei a me perguntar como é a vida do lado de lá: os conflitos, as dores, as traições, e principalmente, os foras.
ResponderExcluirMarcelão e Thiago são dois nomes bastante comuns, imaginei dois lindos rapazes desses que encontramos todos os dias pelas ruas. Se eles são mais do que amigos? Sei lá...
OBRIGADA PELA VISITA!