
Estou farta dos gritos histéricos
nas maternidades, nas escolas, nas ruas, nas igrejas e nos cemitérios.
nas maternidades, nas escolas, nas ruas, nas igrejas e nos cemitérios.
Quero ouvidos surdos a eles.
A vontade de gritar presa a minha garganta
é a mesma dos que um dia se rasgaram num espasmo rouco.
Felizes são os loucos!
Perderam a noção do ridículo e ainda conseguem ser felizes.
Não é que eu deseje ser louca,
quero ser eu mesma.
E isso seria loucura para muitos.
Minha consciência desconhece minha reputação
– nunca haverá este encontro.
Libertar-me de tudo que me cerca
seria o caminho para outras prisões?
Viver não tem sentido sem dissabores
que amargam e têm odores fétidos?
Quero mais do que existir!
Acredito na força que brota das cachoeiras mentais
dos cérebros que pulsam em convulsão alucinada.
Creio na criatividade dos loucos, em suas idéias estapafúrdias...
O normal é uma armadilha!
Fomos condicionados a acreditar em uma forma preestabelecida
que não funciona para mentes em chamas.
Quero morar em Panaplo.
Largar-me pela buraqueira
seguindo o vento que convida para a sesta.
seguindo o vento que convida para a sesta.
Não para sempre – para sempre não existe.
Só enquanto não for chato.
Os outros funcionam como grilhões
para os passos de quem voa
em nuvens de algodão, anilina e açúcar cristal.
Sendo assim, tragam-me a camisa-de-força!
Ou de Vênus!
Porque viver...
Viver me despenteia,
me apavora,
me agride,
me seduz
e me confunde.
| 2007 |
Cara muito bom esse poema,parece comigo,estou assim cansada de todo.Gracilene Macedo-PB
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