De tempos em tempos é
isso: confusão, decepção, incerteza... Por dois segundos de
paz viajamos dias por caminhos venenosos.
Tão mais fácil fingir: fingir que
é um engano, que não foi proposital, que logo vai passar. E se
eu não quiser fingir? E se quiser dizer exatamente o que vi? E se
quiser voar além do permitido? E se eu quiser acenar de longe com
fogos de artifício?
Por que o simples não me
alcança? Por que sempre me enredo no complexo, no absurdo, no sem
sentido, no proibido? Por que não me atiro de vez no ocaso? Por que
espero a chave se não existe porta? Por que não posso simplesmente
explodir?
Dinamitar as amarras com os
dentes, largar para trás as roupas com a forma do meu
corpo, abandonar os caminhos que levam aos lugares de
sempre, libertar todos os loucos que se acovardam em mim, ousar
atravessar para o outro lado a só e sem bússola.
Cansada da ingratidão e do
silêncio. Cansada de socorrer a todos. Cansada de cuidar de
tantos. Queria me render, me desarmar, repousar. Fugir
daqui, fugir dali, fugir para qualquer lugar.
| 2012 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caro visitante...
Se tiver dúvidas no preenchimento dos campos, selecione a opção "anônimo" e assine no final (nome, cidade e estado).
Seu comentário será moderado e aprovado (ou não, no caso de spam) através do meu e-mail pessoal.
Sua participação é muito importante para a continuidade do meu trabalho.
Grata pela colaboração despenteada!
Paula Izabela