CHOCOLATE AMARGO PARA MODINHAS PAGÃS

Às irmãs bruxas do bluetooth.


A dor mais funda
surge do dedo em riste,
da lâmina sem propósito,
da agressão mais rasa.

O estranhamento é punido
pelos rótulos,
pelos conceitos,
pela sociedade “A”.
E daí que sangre?

Criar é crime.
Imaginar é pecado.
Ser diferente é proibido.
Até as bruxas devem obedecer.

Quando essa luz se apagar
constará na lápide:
“Deveria ter ido para o deserto,
viver de modinhas pagãs.
Ao invés disso,
amansou-se
com chocolate amargo.”


Publicado pelo Projeto "Enquanto há vida" - PB. 


| 2013 |

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